NA ESTRADA
dirigido por Walter Salles
Após a morte de seu pai no início dos anos 50, Sal Paradise, um jovem romancista, sai com seu amigo Dean Moriarty para uma odisseia libertadora pelas estradas dos Estados Unidos. Uma história com sexo, drogas e be-bop. Mas, sobretudo, um romance cult.
Apesar de citado centenas de vezes no cinema, o romance de Jack Kerouac, manifesto da beat generation, nunca tinha sido adaptado para a tela. Walter Salles se incumbiu da missão, baseando-se na experiência adquirida com “Diários de Motocicleta” (2004), outra biografia em formato de road-movie que acontece também nos anos 50. Uma boa notícia: o cineasta brasileiro se saiu bem da empreitada, impondo a seu filme o mesmo ritmo jazzy que acompanhou e inspirou o jovem escritor. A fotografia é assinada pelo francês Eric Gautier. Com a câmera na mão, Gautier traduziu o movimento permanente dos personagens que, modificando seu ponto de vista, conseguem uma melhor compreensão do mundo. Contracenando com o impecável Sam Riley, testemunha e ator, Garret Hedlund nos faz esquecer o decepcionante “Tron - O Legado”, incarnando com uma energia sem limite o carismático Dean Moriarty, incansável descobridor de novos meios de transportes, sobretudo amorosos – ele experimentava todas as posições, com duas ou mais pessoas, hetero e homossexuais. Kirsten Dunst e sobretudo Kristen Stewart estão ótimas nos seus papeis de namoradas sempre entusiastas, mas obviamente decepcionadas quando descobrem que fidelidade é incompatível com liberdade. Com o recuo, a viagem desses pioneiros pode parecer limitada se comparada com as experiências mais radicais das décadas seguintes, mas ela tem a vantagem de ser a primeira do gênero, e seus interpretes conseguem dividir conosco a empolgação da descoberta. G.D.
FONTE
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