segunda-feira, 16 de julho de 2012

►'Na Estrada' é um filme de respeito feito por um diretor brasileiro.

Existem filmes que você assiste e já vê de cara que é um filme com cara de participante de festivais. "Na Estrada" tem todo esse jeito de filme com muito diálogo, boas atuações e ritmo lento, o que lhe qualificaria para disputar vários prêmios se não fosse a data de lançamento que está muito longe dos principais festivais para ser lembrado. Não digo que o filme é ótimo para todos, pois aqueles que não gostarem de um filme verborrágico com certeza o achará extremamente monótono, mas sem dúvida alguma é um filme de respeito feito por um diretor brasileiro.




O filme conta a história do jovem escritor Sal Paradise, cuja vida é sacudida e inteiramente transformada pela chegada de Dean Moriarty, um jovem libertário e contagiante, recém-chegado do Oeste com sua namorada de 16 anos Marylou. Juntos, Sal e Dean cruzam os Estados Unidos em busca da última fronteira americana e à procura deles mesmos. Na viagem, ultrapassam todos os limites conhecidos. Ritmado por sexo, drogas e jazz, o filme é baseado em On the Road, o romance cult de Jack Kerouac que lançou as bases da geração Beat. Na Estrada também narra a história de um bando de jovens extraordinários, Bull, Camille, Carlo e Jane, que se libertaram do conformismo conservador de sua época para seguir seus próprios caminhos, impactando gerações até os dias de hoje.

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A história do filme é bem interessante e foi muito bem dirigido por Walter Salles que acredito ter conseguido passar a maior parte do livro de Jack Kerouac para as telas de forma bem interessante, tanto que o filme fica até literal demais em alguns momentos, o que fica no ar apenas é alguns detalhes entre os dois protagonistas, mas tirando isso é um filme bem linear contado da forma real que o protagonista vivenciou.

As atuações estão bem interessantes, e altamente convincentes inclusive nas cenas mais calorosas que vêm dando o que falar ultimamente nas entrevistas. Ao que tudo parece os atores não tiveram pudor nenhum de tirar suas roupas para as câmeras para fazer o melhor em cena. É difícil destacar algum ator pois como disse todos foram bem, inclusive Kristen Stewart consegue mostrar um pouco mais de interpretação do que somente suas caras e bocas que vinha fazendo. Sam Riley faz um personagem visceral que mesmo nos momentos que está apenas observando demonstra uma boa interpretação, acredito que o autor do livro tenha se sentido satisfeito com ele no seu papel. Garrett Hedlundque não colecionava boas atuações também mostra que sabe fazer uma boa interpretação e convence bastante em seu papel, suando bastante com suas cenas tórridas. Tom Sturridge faz poucas cenas, mas nas que aparece consegue mostrar um papel sem ficar preso ao estereótipo comum que costumam fazer de homossexuais. Além desses como principais temos bons destaques para os coadjuvantes Amy Adams, Viggo Mortensen, Steve Buscemi, Elisabeth Moss entre outros bons atores que a produção arranjou para que o filme fosse repleto de estrelas.

No quesito direção de arte, mesmo sendo um road movie, onde se mostram muitas cidades e paisagens por onde passam os viajantes, o filme também explora bastante cenários internos que contam com uma cenografia vasta para representar a época em que o filme se passa, e o diretor valoriza muito esses elementos mostrando tudo que foi conseguido evitando planos mais fechados que cansasse mais ainda o espectador. A fotografia também trabalhou bastante para que o filme que é bem longo não ficasse tão cansativo, e com isso a câmera vasculha pontos por todo o cenário fazendo planos diferenciados e também evitaram de saturar tanto a imagem para representar o passado como ultimamente as produções vêm fazendo.

A parte sonora do filme cultua uma boa dose de jazz da época com músicas tocadas durante o longa inteiro que agradam sem pesar na trama, ou seja, em vários momentos está tocando a música mas não necessariamente precisa estar acompanhando a trama, servindo apenas de pano de fundo para ditar um ritmo gostoso para a trama.

Enfim, é um bom filme, que mostra que o diretor brasileiro aliado a bons financiadores conseguiu firmar seus dotes em Hollywood e agora deve fazer muita coisa por lá. Como disse não é um filme que vá agradar a todos, pois é extremamente verborrágico, então quem gostar do estilo vá ver que com certeza sairá da sessão contente com o que vai ver, mas quem não gosta fuja que a chance de se cansar com o filme é alta. Bom é isso, essa semana encerro por aqui, rezando para que semana que vem venha uma boa quantidade de filmes e enquanto isso irei vendo em casa os filmes e me preparando para a grande estréia do dia 27. Abraços e até mais pessoal.

FONTE temumcoelhonocinema

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