►'Cosmópolis': em busca da alma de um homem - Ainda existe esperança para a humanidade?

►Ainda existe esperança para a humanidade?

David Cronenberg aborda frequentemente essa questão. Lembre-se que o cineasta dirigiu filmes sombrios e perturbadores como "Scanners: Sua Mente Pode Destruir" (1981), "A Mosca" (1986), "Existenz" (1999), "Marcas da Violência" (2005) e o atual "Cosmópolis", baseado no romance distópico de Don DeLillo, publicado pela primeira vez em 2003.

"Eu acredito que ainda haja esperança para a humanidade até o fim da minha vida – mas ela talvez não seja muito longa", afirmou Cronenberg, rindo alto de sua própria piada. "A resposta sincera é sim e não. Quem sabe? Essa é uma enorme questão, mas quando estou andando de bicicleta pelos vales, nos arredores de Toronto, a vista é tão linda que eu digo a mim mesmo: 'Eu não posso negar a verdade do que vejo, e isso é incrível'. Quando isso acontece eu me sinto muito positivo."

"Mas, ao mesmo tempo, é muito fácil encher a cabeça com as notícias das atrocidades e das calamidades que acontecem ao redor do planeta", afirmou o cineasta em entrevista por telefone diretamente de sua casa em Toronto. "Quando nos concentramos nisso, pensamos: 'Meu Deus, a experiência humana é um desastre'. Então, passamos por esses dois extremos, mas eu acho que devemos nos concentrar nos momentos reais, que são positivos e bonitos. E depois temos filhos e netos."

►"É como um ato de equilíbrio."

Robert Pattinson estrela "Cosmópolis" no papel de Eric Packer, um bilionário recluso que, em um futuro próximo, passa um dia em uma limusine toda enfeitada, costurando o caminho até uma barbearia pelo trânsito de Manhattan. Parceiros ocasionais (Jay Baruchel, Samantha Morton, Juliette Binoche) entram na limusine para conversar ou para fazer sexo com Packer. Ele também sai do carro diversas vezes para se encontrar com a esposa (Sarah Gadon), para cortar o cabelo ou para uma longa sequência próxima ao final do filme, quando discute com um antigo funcionário (Paul Giamatti).

Para os fãs de Cronenberg, "Cosmópolis" faz muito sentido em relação a seus demais filmes, especialmente "Existenz". Aquele filme discutia a criação de um novo jogo de realidade virtual, no qual os jogadores se conectavam diretamente, transformando-se em criaturas servis. Em "Cosmópolis", Packer conta com a realidade virtual para monitorar e, ao mesmo tempo, se distanciar do mundo real.



FONTE nytsyn