terça-feira, 17 de julho de 2012

►Crítica: Na Estrada ►Marylou - Kristen Stewart, surpreendentemente mais madura em sua atuação



Entre um lugar e outro, grandes coisas acontecem

Depois de um conturbado histórico cheio de idas e voltas, “Na Estrada” (“On the Road”) passou das mãos de Francis Ford Coppola e finalmente chegou às telonas pelo brasileiro Walter Salles. Baseado na obra de mesmo nome de Jack Kerouac (“On the Road – Pé na Estrada”, disponível em português pela L&PM Editores), é inegável que a missão de construir o relato nos cinemas era grande: o livro é conhecido como a obra seminal da “Beat Generation”, o grupo de escritores que influenciaram o cenário cultural norte-americano (e, indiretamente, mundial) após a Segunda Guerra.

Inspirado nas próprias experiências de Kerouac, a história se centra em Sal Paradise (Sam Riley), um jovem escritor que, no final dos anos 1940 se encontra perdido e sem inspiração. Após a morte de seu pai, Sal conhece o excêntrico e inquieto Dean Moriarty (Garrett Hedlund). A partir daí, a dupla passa a viajar pelos Estados Unidos movidos simplesmente pelo desejo de diversão, de encontrar algo interessante e significado para tudo que fazem, misturando literatura, drogas, sexo, paixões, jazz em longas viagens pelas estradas norte-americanas.


CLIQUE EM MAIS INFORMAÇÕES >>>



Dizem que em uma jornada o que vale não é o destino, mas o caminho. Isso não poderia ser mais verdadeiro em “Na Estrada”. O significado de uma experiência é contido nela mesma – ou, pelo menos, é o que a dupla Sal e Dean parecem entender conforme procuram o maior “barato” possível. É extremamente interessante observar como a dupla encarna o espírito “beat” e, seja em suas conversas e aventuras ou simplesmente em suas existências, se tornam mais do que eles mesmos.

Assim, conforme a história evolui e nos vemos sem saber para onde os protagonistas pretendem ir, em certo momento deixamos de nos importar com o destino. Cada encontro, cada evento em si ganha sua importância individual e funciona a favor de um grande todo em que todos participam.




Conforme assistimos “Na Estrada”, de um lado podemos ver uma ótima análise histórica, da situação de um país e de sua cultura em um determinado momento, e de outro vemos uma grande lição sobre experiência, valor e muito mais elementos da vida do que palavras podem explicar. A jornada perdida, especialmente aos olhos de Sal, nos ensina e inspira.

É interessante como em certo momento da trama (e do trailer, para os que já o viram), um personagem pergunta a Sal onde ele encontrou pessoas interessantes como as que conhece. Todo o tempo, essa é a sensação que temos, que cada uma das pessoas que vemos é um amigo próximo e interessante, que nos levará a um bar para tomarmos um drink e falarmos sobre a vida. Claro, grande parte do crédito, além do ótimo enredo (e roteiro), fica no elenco impecável até o último dos secundários.
(estrada4)

Elogios não faltam para a dupla principal, que entre gestos, cacoetes e cigarros encarna com força os protagonistas e não deixa dúvida de nenhum dos elementos do mundo que o enredo nos leva a conhecer. Nos vemos igualmente nos divertindo ou nos perdendo com Sal, ao mesmo tempo que adoramos Dean e ficamos furiosos com suas loucuras. Passando pelos dois, encontramos personagens igualmente estranhos e interessantes como Carlo Marx (Tom Sturridge), Marylou (Kristen Stewart, surpreendentemente mais madura em sua atuação do que boa parte do que já foi visto), Camille (Kirsten Dunst) e Old Bull Lee (Viggo Mortensen), todos queimando com suas próprias paixões, sonhos e vícios.

Por menos que goste de dizer “o livro é melhor”, sempre fica a ressalva que dificilmente um filme captura toda essência de uma obra literária, ainda mais uma desta magnitude e reconhecimento. A força da Geração Beat foi transmitida, mas na prática frente à força do original parece mais um resgate para a nova geração, um convite para que busquem conhecer mais, ao mesmo tempo que homenageia-se tudo relacionado. Salles aposta em formatos, cortes e uma fotografia interessante que em si já serve para falar dos mesmos assuntos que a obra trata.


Independentemente do livro, não vale deixar de lembrar que esta não é uma obra que todos apreciarão. Seja pelo seu conteúdo (vale destacar que o livro original, sem edições ou cortes, como Kerouac queria, demorou décadas para ser revelado), pelo enredo, contexto histórico ou estilo dramático, não é um filme exatamente fácil.

FONTE BLOGSPOPCINEMAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindos ao Eterno Twilight, um site brasileiro totalmente dedicado à universo da Saga Twilight e a atriz Kristen Jaymes Stewart e Robert Thomas Pattinson.