Esta é uma história de zombies para miúdos. Mas chega a ser muito mais do que isso. De forma surpreendente e inesperada o filme foca-se em temas tão importantes numa sociedade, como o bullying e a individualidade. O primeiro é hoje um dos maiores crimes e medos dos EUA, nas escolas. Mas não é só na América que se vive o bullying, em todo o mundo este crime é cometido todos os dias. Talvez por isso, o filme tenta passar em forma de metáfora o bullying de que Norman é vítima. Ora, os jovens são muitas vezes vítimas de bullying, precisamente pelo segundo tema – a individualidade. A diferença, ou ser-se diferente é caso para se ser atacado pela sociedade, que rapidamente julga o indivíduo, inconscientemente e de forma estúpida, cometendo erros terríveis. É principalmente este ponto onde o filme se centra, usando a história da maldição, onde sete pessoas condenam uma jovem rapariga, que via fantasmas, a ser queimada viva. Não há duvida que muita gente inocente ao longo da história da humanidade tenha morrido desta forma, porque não foi compreendida e ouvida pela sociedade. Agora, no século XXI, continuamos a vivenciar exactamente o mesmo, tal como Norman, que é visto como um maluco e o causador de todo aquele caos na cidade. Norman comunica com os mortos-vivos, assim como a rapariga Aggie (a bruxa), pelo que ambos sofreram o mesmo, ambos se compreendem, ambos se conhecem. A cena final é onde os dois se encontram e é a mais comovente do filme, onde Norman tenta explicar a Aggie que tal como há pessoas más, também existem pessoas boas e que gostam de nós. Todas estas mensagens e sinais são evidentes e perceptíveis para os mais novos.
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Eu confesso não ser grande apreciador de filmes de Terror, apesar de gostar bastante de alguns filmes. “ParaNorman” surpreendeu-me muito pela positiva, pois presta de forma simples, eficaz e comovente uma homenagem ao género de Terror. Ao longo do filme reparamos em várias referências a filmes como “O Despertar dos Mortos Vivos” (1968), de George Romero e a filmes de série B. Aliás o filme começa por mostrar um filme que homenageia o género de terror dos anos 80. Podemos ainda lembrar-nos de filmes como: “Os Goonies” (1985), por ser uma aventura de um grupo de miúdos que marcou gerações; e sem dúvida as influências do estilo gótico de Tim Burton estão presentes, de filmes como “O Estranho Mundo de Jack” (1993) e “A Noiva Cadáver” (2005). O filme executa tudo isto com um humor eficaz, personagens fortes, uns bons sustos aqui e ali, um stop motion tecnicamente deslumbrante, assim como a sua agradável banda sonora, composta por Jon Brion.
“ParaNorman” é tão atual hoje como daqui a cem anos. Um filme que consegue comover, divertir e apelar aos mais novos o gosto por este género cinematográfico. Até ao momento é o melhor filme de animação do ano que vi, restando apenas esperar por “Frankenweenie” (estreia a 18 de outubro).
Realização: Chris Butler, Sam Fell
Argumento: Chris Butler
Elenco: Anna Kendrick, John Goodman, Leslie Mann, Casey Affleck, Jodelle Ferland, Christopher Mintz-Plasse, Kodi Smit-McPhee, Bernard Hill, Tucker Albrizzi
EUA/2012 – Animação
Sinopse: Uma pequena cidade vê-se cercada de zombies. Quem poderá ajudar? Apenas o incompreendido Norman (Kodi Smit-McPhee), que é capaz de falar com os mortos. Além de zombies, ele terá de lidar com fantasmas, bruxas e, pior que tudo, adultos idiotas, para salvar a sua cidade de uma maldição secular. Mas este jovem que fala com espíritos pode ver as suas atividades paranormais levadas ao limite.
FONTE cinema7arte // eternotwilight
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