►Robert Pattinson vive magnata que atravessa uma cidade caótica no novo filme de David Cronenberg

Enquanto o mundo queima, alguns passeiam de limusine. Em "Cosmópolis", que chega nesta sexta-feira aos cinemas, o diretor David Cronenberg reafirma o abandono do terror físico que lhe consagrou em "A Mosca" (1986), e pinta a figura de um jovem bilionário alheio a uma sociedade em colapso.

Cabe a Robert Pattinson viver o magnata Eric Parker, que atravessa Nova York por um corte de cabelo.

"Parker [...] usa seu dinheiro para construir um microcosmos em que se sente seguro [a limusine]. Aparentemente, ele só quer cortar o cabelo, mas ele está tão fechado em seu pequeno mundo que o filme é uma metáfora para esta volta à inocência", disse o diretor canadense a "O Estado de S. Paulo".
Preso em seu claustrofóbico universo, Parker enfrenta, impassível, os acontecimentos que abalam a cidade: protestos, um complô para matar o presidente e o funeral de um cantor.

O frescor metafórico com que o filme aborda o colapso financeiro e a crise de valores do mundo atual não são méritos de Cronenberg, que adaptou quase literalmente o livro homônimo de Don DeLillo. O longa chega a reproduzir frases inteiras da obra, o que provoca certa falta de ritmo, tornando, em alguns momentos, difícil acompanhar a enxurrada verborrágica dos diálogos.

Em seu caminho pela cidade, Parker ainda recebe memoráveis visitas em sua limusine. Destaque para Juliette Binoche, que lhe presta serviços sexuais, e à sequência em que Pattinson passa por um exame de próstata com o veículo em movimento. Marcado pelo seu papel na saga "Crepúsculo", o ator consegue convencer graças à sua face inexpressiva, o que deixa o espectador curioso para vê-lo em um papel que lhe exija mais no quesito interpretação.


FONTE destakjornal  //  POSTADO eternotwilight