►Crítica | Cosmópolis - Tudo no filme inspira questionamentos filosóficos, desde as ações mais simples de Eric (Robert Pattinson) como fazer um lanche, a cortar o cabelo do outro lado da cidade.

Quando um filme esta na metade e grande parte do público esta indo embora, você faz aquela pergunta: o filme é tão ruim assim,? “Cosmópolis” de Cronenberg não é um filme fácil, na verdade talvez seja uma das adaptações mais difíceis já feitas de obra literária para o cinema. Tudo no filme inspira questionamentos filosóficos, desde as ações mais simples de Eric (Robert Pattinson) como fazer um lanche, a cortar o cabelo do outro lado da cidade.

O problema não está em como o filme adaptou para as telas a obra de Don DeLillo. Sua essência sempre foi questionar os padrões, dessa maneira, Cronenberg se encaixa muito bem na proposta da obra literária. Não existe um padrão de filmagem, dentro da filmografia de Cronenberg, sendo assim, foi mais do que acertado o desenvolvimento muito mais cadenciado do filme (que se baseia exclusivamente em diálogos), em prol de uma narrativa mais surtada, que o próprio trailer do cinema passa.




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O filme pode ser divido de acordo com o surgimento de novos personagens, que de maneira direta ou indireta tem relação com Eric. Dessa maneira, temos um elenco de primeira, em ótimas atuações, incluindo: Paul Giamalti, Juliette Binoche e Samantha Morton. Seria simples resumir toda discussão sobre o capitalismo e o cibercapitalismo a um filme de 2 horas, baseado exclusivamente em um monologo. Dessa maneira, talvez o que torne o filme tão bom (e ao mesmo tempo tão ruim, dependo do que se espera) por não conseguirmos entender como Eric vai agir ou reagir frente a tudo que acontece na cidade. Das coisas mais simples como observar um jogo de basquete, podem surgir cenas chocantes. Essa imprevisibilidade e todo caráter metafisico dos diálogos tornam o filme mais difícil de ser entendido, até mesmo visual é estranho, e demora para que nos possamos nos adaptar a proposta do filme.

Não ajuda muito o fato de Robert Pattinson de estar muito bem no filme. Muita gente lembra dele na série “Crepúsculo”, mas em “Cosmópolis” ele consegue atingir um outro nível de atuação, trazendo ao personagem uma faceta muito mais fria e egocêntrica do que a encontrada na obra de DeLillo.

É difícil não dar a nota máxima para o filme, mas a compreensão dela não depende exclusivamente dessa critica, mas sim de se ver o filme, e você mesmo classifica-lo de acordo com o seu entendimento.

FONTE culturainutiloblog  //  eternotwilight